20.5.09

Interjeição «duh»

Imagem: http://wakeupitstuesday.org/wp-content/uploads/2009/04/duh.jpg


Acorda!


      «À parte o sujeito inefável e creepy daquele “devemos”, há outro problema: que fazem os estrangeiros, portugueses e lisboetas que já sabem das coisas fantásticas que Lisboa tem? Ou que sabem como hão-de saber? Por exemplo, indo à Net, duh» («Oh do shut up!», Miguel Esteves Cardoso, Público, 14.05.2009, p. 31). Esta interjeição inglesa, que eu nunca antes tinha visto num texto português, é muito usada por certos adolescentes e serve para expressar sarcasticamente que algo é óbvio.

Actualização em 27.09.2009

      Já vai aparecendo adaptado: «— Da-aa — diz ela. — As actrizes têm de usar maquilhagem, não têm, por causa das luzes todas do palco? Além do mais, quero chamar a atenção da professora Dulce» (Azul Mar, Cathy Cassidy. Tradução de Cristina Queiroz. Lisboa: Livraria Civilização Editora, 2009, p. 103). Mas com hesitações: «— Tu sabes, a tatuagem do gato que mandaste ao Lucas — digo eu. — Daa! E o KitKat também» (Amigos à Deriva, Cathy Cassidy. Tradução de Cristina Queiroz. Lisboa: Livraria Civilização Editora, 2009, p. 81).

Actualização em 31.12.2009

      «É difícil descobrir-lhe a origem ou a forma como chegou até nós (ao contrário dos anglófonos dizemos “dahhh”), a eficácia que a tornou omnipresente, contudo, é de fazer arrepiar qualquer purista da língua. Está tudo no tempo que se dá ao “h”. Com um (duh) exclama “Óbvio!”, com dois (duhh) já inclui uma nota de desdém irónico, com três (duhhh) o desprezo pela estupidez alheia já estala à laia de vergastada de chicote. Mas com uma irrisão de humor de tal forma solar que não deixa margem para ofensas. Mas já sabia tudo isto, claro... Não?! Como não?! Duhhh...» («Duhhh», Vanessa Rato, Público/P2, 31.12.2009, p. 4).



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