Na sua edição de 27 de Maio de 1942, o Jornal do Brasil publicava um texto intitulado «Nomes próprios... impróprios». Revelava esse texto que na última fornada de portugueses que tinham alcançado a naturalização no Brasil se contava um cidadão com o nome de José Francisco Catarro. A determinada altura, lê-se: «Devia ser proïbido no Brasil o uso de nomes risíveis, grotescos, repugnantes e obscenos.» Passados setenta anos, a proibição seria agora mais necessária. Agostinho de Campos, sem se abespinhar, referiu o caso para falar de alcunhas e apelidos. «¿Como evitar, por exemplo, que os rapazes chamem parvalhão a um professor de apelido Carvalhão? Em todo o caso previna-se o mal até onde fôr possível», considerava a propósito de uma lei que existia então na Alemanha que permitia que os indivíduos com nomes risíveis — como Fleischfresser, ou Rindfleisch, ou Tischbein — que seguissem a via do professorado mudassem de nome. Quanto a apelidos portugueses, escrevia: «Além de Freire e de Frade existem outros apelidos provenientes de títulos eclesiásticos: Monge e os seus parentes Moogo e Moog; Bispo e até Pontífice. Clerguinho e Mousinho são como quem diz “meninos do côro”» («Das alcunhas aos apelidos», in Língua e Má Língua. Lisboa: Livraria Bertrand, 1944, pp. 289-90).
Como sei que alguns dos meus leitores têm curiosidade sobre a origem dos seus apelidos, deixo estas notas de Agostinho de Campos (1870—1944), escritor, pedagogo, jornalista e político português.
Como sei que alguns dos meus leitores têm curiosidade sobre a origem dos seus apelidos, deixo estas notas de Agostinho de Campos (1870—1944), escritor, pedagogo, jornalista e político português.
[Post 4380]